Barreiras gananciosas
Que a demanda por energia elétrica está crescendo
cada vez mais é evidente. Mas em meio a tantas restrições ambientais, qual
seria a alternativa que melhor conciliaria desenvolvimento econômico e social
com a sustentabilidade?
O Brasil é extremamente rico em recursos hídricos e
é essa a razão de as hidrelétricas terem prioridade aqui. Entretanto, embora
considerada um tipo de energia limpa, já que não emite gases poluentes na
atmosfera, sua instalação pode culminar em uma série de problemas ambientais e
sociais. Tomemos como exemplo a extensa área suposta a ser alagada, desviando
cursos de rios, desmatando florestas e destruindo o habitat natural das
espécies do local. Vale destacar também a expulsão de populações ribeirinhas e
tribos indígenas de seus lares.
Mas se a energia proveniente das águas representa
tantas ameaças à natureza e às pessoas, qual seria, enfim, a alternativa mais
sustentável, neste caso?
Da mesma forma que possuímos uma vasta hidrografia,
o Brasil é um país altamente privilegiado por seus ventos e radiação solar.
Energia eólica e fotovoltaica, além de puramente limpas, oferece pouquíssimos
riscos à biodiversidade. Infelizmente a ideia é esbarrada nas desculpas
esfarrapadas de que o investimento é muito alto e que essas fontes não são
ainda totalmente desenvolvidas. Contudo, frequentemente os brasileiros são
vítimas de desvio e desperdício de dinheiro público, que poderia ser aplicado
nessas fontes “caras” de energia.
Se a energia dos ventos ou do sol não é tão desenvolvida,
que comece a desenvolvê-las já! Toda caminhada começa com o primeiro passo. Mas
se o problema for a ganância de grandes empresários e autoridades, arregacemos
as mangas e lutemos para que a voz do povo tenha maior poder nas decisões do
nosso país.